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quarta-feira, 28 de maio de 2014




DESAPARECIMENTO DAS REUNIÕES DE DESOBSESSÃO NAS CASAS ESPÍRITAS?




Leonardo Paixão (*)




              Allan Kardec, o edificador da Era do Espírito, trouxe-nos a advertência de que os Espíritos são as almas dos homens e mulheres que deixaram este mundo e que permanecem na dimensão espiritual tal como estavam em seus sentimentos e emoções, logo, se uma criatura ao deixar o corpo físico com raiva, ódio, sentimento de vingança do outro, tal ser se ligará aquele (a) por quem sente tais coisas. Em “A Gênese”, no capítulo XIV, item 45, Kardec assim define obsessão:
“Chama-se obsessão à ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. Ela oblitera todas as faculdades mediúnicas. Na mediunidade audiente e psicográfica, traduz-se pela obstinação de um Espírito em querer manifestar-se, com exclusão de qualquer outro”.
No item 46 esclarece Kardec: “(...) a obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau”.
O que fazer para evitar tal influência perniciosa? A primeira coisa é cuidar de nossas atitudes que se formam a partir do que desejamos. Emmanuel nos alerta para o seguinte fato: “Desejando, sentes. Sentindo, mentalizas. Mentalizando, ages” (Pensamento e Vida). Nos casos de obsessão, a renovação moral do obsidiado é fator decisivo para o seu reequilíbrio. Atentemos para o que nos orienta o Espírito Adolfo Bezerra de Menezes sobre o caso específico de obsessões sexuais e que servirá para os demais casos:
“(...) E até obsessões sexuais, quando o atuante invisível, que tanto poderá ser um Espírito denominado “masculino” como um denominado “feminino”, dominar um homem como uma mulher – valendo-se das tendências dos caracteres inclinados aos arrastamentos primitivos, às complexidades do sexo – induzi-la-á a quedas deploráveis perante si mesma, o próximo e a sociedade, tais como o adultério, a prostituição, a desonra irreparável, pelo simples prazer de, através das vibrações materializadas da sua presa, que lhe concede clima vibratório propício, dar livre curso a apetites inferiores dos quais abusou no estado humano e os quais, degradantemente, conserva como desencarnado, em vista da inferioridade de princípios que gostosamente retém consigo, o que lhe estimula a mente, inibindo-a do desejo de progresso e iluminação espiritual. Geralmente exercida tão-só através da telepatia ou da sugestão mental, é bem certo que o obsessor estabelece uma oculta infiltração vibratória perniciosa, sobre o sistema nervoso do obsidiado, contaminando-lhe a mente, o períspirito, os pensamentos, até ao completo domínio das ações. Tais casos se apresentam dificilmente curáveis, não somente por aprazerem as vítimas conservá-los, como por ser ignorada de todos essa mesma infiltração estranha, e mais particularmente porque o tratamento seria antes moral, com a reeducação mental do enfermo através de princípios elevados, que lhe faltaram, não raro, desde a infância.
Refutará o leitor, lembrando que, assim sendo, ninguém terá responsabilidades nos erros que sob tais influências cometer.
Acrescentaremos que a responsabilidade permanecerá também com o próprio obsidiado, visto que não só não houve a verdadeira alteração mental como também nenhum homem ou mulher será jamais influenciado ou obsidiado por entidades dessa categoria, se a estas não oferecer campo mental propício à penetração do mal, pois a obsessão, de qualquer natureza, nada mais é que duas forças simpáticas que se chocam e se conjugam numa permuta de afinidades” (PEREIRA, Yvonne. Dramas da Obsessão. Pelo Espírito Bezerra de Menezes. 4. ed. 3. reimpressão. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2010. P. 28-29 – grifos nossos).
Falamos antes do processo obsessivo o definindo e mostrando a importância da conduta digna, pois que este é um verdadeiro flagelo na Humanidade, devido a pulular na Terra os maus Espíritos, em consequência da inferioridade moral de seus habitantes (A Gênese, cap. XIV, item 46).
A Doutrina Espírita nos traz recursos para se lidar com este flagelo que assola a Humanidade: o esclarecimento espiritual ao obsidiado, mostrando a ele a necessidade de reforma moral e a doutrinação do desencarnado em reuniões especializadas, com médiuns e dirigentes moralizados e instruídos nos Códigos da Doutrina.
Este recurso (desobsessão) deveria estar sendo preocupação dos agrupamentos espíritas, no entanto, o que se vê são médiuns invigilantes e dirigentes de casas igualmente invigilantes mais preocupados com a realização de sessões de tratamento de saúde, não desmerecemos os que as realizam pautados na seriedade e na fidelidade aos princípios espíritas que esposaram, porém, vemos, infelizmente, uma gama de casas a só se dedicarem a este aspecto, esquecendo que os doentes necessitam de esclarecimento e que os espíritos que porventura nestes mesmos doentes atuem, necessitam de atendimento em reuniões próprias, mas a preocupação não é esta, o que importa é casa cheia sem nenhuma preocupação com qualidade. Vemos médiuns, como nos disse um amigo, deixando de ser eles mesmos para se tronarem um produto mediúnico, seja com a preocupação em vender livros quanto com o elogio e o aplauso que lhes enaltecem a personalidade, esquecendo-se de que Kardec em O Livro dos Médiuns, cap. XX –  Influência Moral dos Médiuns chama a atenção: “Já tivemos de lamentar, várias vezes, os elogios feitos a alguns médiuns, com a intenção de encorajá-los”. Prefere-se, conforme escrevi em artigo intitulado Movimento Espírita em Campos dos Goytacazes, RJ – Uma Análise, seguir com os modismos e inovações que têm enfestado Casas Espíritas:
“(...) tais o uso de jalecos pelos médiuns passistas, luzes amarelas, azuis, vermelhas e outras mais que tem que ficar acesas durante as reuniões públicas de esclarecimento (para que?) não há um motivo racional para isto, não estamos falando de uma luz que se acende na hora do passe para facilitar a concentração da assistência (isto quando à noite e quando a reunião é de dia? Já refletimos sobre isto?), mas de luzes acesas durante a explanação do orador (a), meditações e relaxamentos conduzidos por Espíritos que, sem uma análise sucinta, já se percebe o seu nenhum conteúdo, a dependência psicológica em que ficam muitos por conta de médiuns que acima da Doutrina colocam a sua personalidade e adoram os elogios que se lhes façam, ainda que se ocultem numa falsa humildade. Aí sim, quando há apoio para esse pseudo-espiritismo, não mais se é ortodoxo, dogmático, retrógrado.
É preciso ter coragem para denunciar este estado de coisas abertamente, mostrando o equívoco em que se encontram muitas Casas compostas de pessoas de boa-vontade, mas de fraca ou nenhuma instrução doutrinária”.
Recordemos mais uma vez D. Yvonne Pereira.
Vejamos o que diz D. Yvonne Pereira sobre o tema obsessão:
Temos para nós que esse difícil aprendizado, essa importante ciência de averiguar obsessões, obsessores e obsidiados deveria constituir especialidade entre os praticantes do Espiritismo, isto é, médiuns, presidentes de mesa, médiuns denominados passistas, etc. Assim como existem médicos pediatras, oculistas, neurologistas, etc, etc., também deveriam existir espíritas especializados nos casos de tratamento de obsessões, visto que a estes será necessária uma dedicação absoluta a tal particularidade da Doutrina, para levar a bom termo o mandato” (Recordações da Mediunidade. 6. Edição, 1989, FEB. Capítulo 10 – O Complexo Obsessão. p.175).
No livro Cânticos do Coração, volume II, 1ª edição: CELD, 1994 no capítulo VI – O Flagelo do Século, p. 66, diz a devotada médium Yvonne Pereira:
A obsessão merece dos verdadeiros espíritas as mais acuradas atenções. Ela já se infiltra até mesmo “no seio dos santuários”, isto é, nos templos espíritas pouco vigilantes, promovendo ciúmes entre seus componentes, vaidades, dissensões, mal-entendidos, “reformas doutrinárias“ e demais operosidades que contrariam os postulados da Doutrina, haja vista o que, no momento se passa, quando detectamos agrupamentos espíritas, dantes vistos e reconhecidos como templos, a exercerem o perfeito intercâmbio espiritual, hoje reduzidos a meros clubes onde verificamos de tudo: abusivas e inaceitáveis compras e vendas de “lanches’ e merendas, festas e cânticos, burocracia intransigente, diversões, recreios, mas não a “casa do Senhor”, de onde os Protetores Espirituais se retiram, e onde não mais contemplamos aquelas autênticas atividades próprias do Consolador, que eram o testemunho da presença do Cristo entre nós.
E não se falando da “mania”, ora em exercício, de “modificar”, “renovar” e “atualizar” a Doutrina dos Espíritos, que, pelo visto, deixou de agradar àqueles que acima dela desejam colocar a própria personalidade.
Afirmam os adeptos de tais movimentações que o espiritismo “evoluiu”, e que tudo isso não é senão o “progresso” da Doutrina. Mas tal asserção é insana, pois que a lógica e o bom senso indicam que a evolução do Espiritismo seria, em parte, a vinda de outras revelações do Alto, a comunhão perfeita do consolador com os homens, a pesquisa legítima e séria, e não a deturpação que vemos nos ambientes que devem ser consagrados ao intercâmbio com o Alto, onde consolamos os mais infelizes do que nós, e onde somos consolados e instruídos por aqueles seres angelicais que nos amam e que, há milênios, talvez, se esforçam por nos verem redimidos de tantos erros.
Certamente que muitos núcleos espíritas se conservam afinados com as forças do Alto, movimentando-se normalmente, sem as intromissões indevidas, que só podem desfigurar os ensinamentos que temos todos tido a honra de receber dos códigos doutrinários”.
A falta de estudo que no espírita é um desleixo para com a Sublime Doutrina, promove este estado de coisas, pois preferem médiuns e dirigentes se acomodarem e não desagradarem aos que lhes procuram os préstimos, porém, a doutrina não é feita para agradar, ela é feita para nos mostrar o caminho, nos orientar, daí a necessidade do estudo, tão desprezado por muitos, estes mesmos que preferem se manter guiados por guias cegos, esquecidos da advertência de Jesus no Evangelho: “Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova” (Mateus, 15;14).
Ilustrando isto contemos um fato pessoal. Uma frequentadora de determinada Casa Espírita relatando-nos uma reunião de tratamento que varou a madrugada assim nos disse: “As pessoas querem a cura, querem o fenômeno, ninguém se preocupa em mudar intimamente”. Ao que retrucamos: “Diminua-se o fenômeno e se faça mais reuniões de estudos”. Ela nos colocou o seguinte: “Ah! Mas, aí não vai vir ninguém”. E contra-argumentamos: “Virá sim. Os que verdadeiramente estarão interessados em se modificar”. Este o quadro que tanto nos entristece de presenciarmos.
Espíritas; amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo (1). Unamos as asas do amor e da sabedoria para que possamos voar seguindo pela rota certa, pois que na luz da verdade não se faz necessário tomar nenhum atalho.
26/05/2014 - Campos dos Goytacazes, RJ
            Nota: (1) – O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI-O Cristo Consolador, item 5.

(*) Leonardo Paixão é Orador espírita, articulista, crítico literário, poeta, escreve para o Jornal O Rebate, tem críticas literárias publicadas no site orientacaoespirita.org.br e um artigo publicado em Reformador em Agosto de 2010, A Revelação - uma perspectiva histórica. Participa com um grupo de amigos de ideal do GE Semeadores da Paz em Campos dos Goytacazes, RJ, onde exerce direção de estudos e trabalhos na área mediúnica, atuando como médium psicofônico na desobsessão e como psicógrafo na recepção de mensagens esclarecedoras, poesias e o consolo através das chamadas cartas-consoladoras.

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quarta-feira, 21 de maio de 2014

LUTA CONTRA O MAL
Por Leonardo Paixão

"O bem que eu quero esse eu não faço, mas o mal que eu não quero esse eu faço" - Paulo (romanos, 7:19).

O desabafo do Apóstolo Paulo nos faz refletir sobre o intenso desejo do Bem a fazer que surge em nós vez que outra, mas logo nos percebemos criaturas frágeis, não resistentes aos apelos do passado distante a reclamar de nós constante vigilância.
Muitos aprendizes do Evangelho, que somos todos, falam da luta contra o mal que há em si próprios, tal como o "espinho na carne" (II Coríntios, 12:7), de que o Apóstolo Paulo também alertou.
Não há como nos fazermos discípulos do Cristo apenas quando estivermos sem manchas. O mal que ainda nos aflige é parte de nosso Espírito, é a expressão das experiências vividas através dos evos e que ainda subsistem em nossa atual roupagem. Este fato não deve nos trazer desânimo, muito pelo contrário, há de encher-nos de alegria e coragem, pois se antes não identificávamos os defeitos próprios, hoje temos consciência deles.
De nada adianta o desespero e a angústia ante o fato de ainda não conseguirmos a vitória plena sobre nós próprios, na luta contra o mal que há em nós, é também necessária a virtude da paciência. Exemplo disto o temos em São Francisco Xavier - em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XII, item 14 deixou uma mensagem sobre o duelo. Francisco Xavier era muito irritadiço, por pouca coisa virava uma fera, levou sete a oito anos para dominar tal ímpeto e nos deixou uma lição quando disse: "Se a cada ano eliminássemos um defeito, em breve seríamos perfeitos". Mas, como vemos, o missionário das Índias levou ele próprio muito mais de um ano para aplacar o mal da ira que lhe era uma constante, pensemos: quanto tempo precisaremos nós? A resposta estará no esforço de cada um.
Na mensagem que consta no O Evangelho segundo o Espiritismo, Francisco Xavier a encerra com a máxima do Cristo: "Não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam" (Mateus, 7:12). Ao seguirmos esta máxima, desaparecerão todas as causas de dissensões na Humanidade.
 
27/10/2010
Campos dos Goytacazes, RJ

quarta-feira, 7 de maio de 2014

ESPIRITISMO MODERNIZADO?
Por Leonardo Paixão
04/04/2014 - Campos dos Goytacazes, RJ
Publicado no jornal eletrônico O Rebate

O Espiritismo é uma doutrina em que a razão e o coração unem-se para que a chama da Fé não se apague do espírito humano, entretanto, vemos que em muitas Casas Espíritas há por parte de determinados dirigentes um religiosismo piegas onde as falhas e ideias que contrariam a simplicidade cristã-espírita por certos tarefeiros, são relevadas em nome de um suposto “amor evangélico” e, com isso, práticas não condizentes com os princípios doutrinários passam a fazer parte das atividades rotineiras de uma ou outra Instituição Espírita. Pode-se alegar que os tempos são outros, que é preciso modernizar as formas de divulgação da doutrina, que é preciso atrair os jovens, etc. Pois bem, o avanço tecnológico em muito tem auxiliado na divulgação doutrinária, em Congressos e Palestras temos o uso de “data-shows”, vídeos, a Internet é uma ótima ferramenta de propagação (há muita disputa inútil também), mas a título de divulgação e atrativo para o grande público, é de todo inconveniente a venda de cristais, incensos e objetos quaisquer deste pseudo-misticismo que está a enriquecer considerável número de pessoas.

A Casa Espírita é um Templo e como tal deve ser respeitada, gritarias eufóricas e sentimentalismo exacerbado têm sido manifestações próprias de determinadas seitas religiosas que manipulam as massas com suas promessas de prosperidade, tal atitude é inadmissível num Templo que tem por proposta a revivescência do Cristianismo em sua simplicidade e pureza. Quando algum confrade ou alguma confreira sugerir algo que esteja em desacordo com os princípios que regem o bom andamento da doutrina, tais o uso de práticas esotéricas ou a inclusão de certos ritos próprios das religiões afro-brasileiras deveremos em nome da doutrina dizer-lhes que devemos ter sim todo o respeito para com os nossos irmãos espiritualistas, mas que para mostrarmos a nossa falta de preconceito não se faz necessário que lhes adotemos as práticas. O objetivo do Espiritismo é fazer que o homem compreenda que é um Ser Eterno e, a partir desta compreensão, fazer o homem refletir sobre a sua conduta moral. O estudo é a primeira e principal forma de se chegar a esta conclusão. É melhor que se tenham jovens e frequentadores esclarecidos do que uma Casa lotada, mas acarretando para os seus dirigentes o débito de estarem expondo a doutrina ao ridículo com práticas desaconselhadas pelo que nos legou o Codificador e as obras subsidiárias, tal como o livro Dramas da Obsessão, do Espírito Bezerra de Menezes, psicografado pela médium Yvonne do Amaral Pereira, médium esta, aliás, esquecida de nós espíritas um tanto quanto ingratos, e a notável obra mediúnica de Chico Xavier, bem como outras como a de João Nunes Maia, Divaldo Franco e Raul Teixeira.

A quem estas nossas palavras parecerem muito ortodoxas, lembramos que o Mestre de Nazaré não transigiu com os mercadores do Templo, por que nós adeptos do Cristianismo Redivivo teríamos que transigir com a ambição, a vaidade e o desejo de projeção de muitos? Que tipo de “caridade” é esta que se faz conivente com os erros e com os abusos? Lembremo-nos de que a maior e melhor forma de divulgação é o exemplo da nossa conduta moral e também da seriedade com que tratamos das coisas do Espírito.

 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

UNIFICAÇÃO
Por Leonardo Paixão
 
O que é o serviço de Unificação na Seara Espírita?
 
O que é a Unificação Espírita: uma atividade-meio que tem por objetivo fortalecer, facilitar, ampliar e aprimorar a ação do Movimento Espírita em sua atividade-fim, que é a de promover o estudo, a difusão e a prática da Doutrina Espírita.
O que realiza
: Realiza um permanente contato com os Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas, promovendo a sua união e integração e colocando à disposição dos mesmos, sugestões, experiências, trabalhos e programas de apoio de que necessitem para suas atividades.
Como se estrutura: Estrutura-se pela da união dos Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas que, preservando a sua autonomia e liberdade de ação, conjugam esforços e somam experiências, objetivando o permanente fortalecimento e aprimoramento das suas atividades e do Movimento Espírita em geral (grifo nosso). (Fonte CEI - Conselho Espírita Internacional).
 
 
Há tempos atrás, escrevemos um artigo intitulado Futuro dos órgãos de Unificação e demos esta conclusão que hoje nos parece bastante infeliz: 
"Qual o futuro dos órgãos de unificação? Para responder a esta questão recordemos o que Chico Xavier disse a respeito ao seu amigo e também médium Carlos Antônio Baccelli: “No futuro vocês, os jovens, decidirão da importância dos órgãos de unificação para o Movimento” (ver o livro “A Trajetória de um médium”, de Carlos A. Baccelli). Cremos que já está decidido: como os órgãos unificadores não vão aos Centros e como os Centros são autônomos e não precisam prestar contas a estes a não ser ao Governo a respeito de impostos e alvará de funcionamento, eles não precisam, absolutamente, de Federações, Alianças, Uniões, Ligas, Conselhos, etc., para levar a mensagem da Doutrina ao povo sedento de consolo e luz".
Graças a Deus ninguém se animou a publicar o referido artigo. Hoje, após profunda pesquisa sobre o assunto e coletando informes dos Espíritos verdadeiramente nobres, compreendemos que o movimento de Unificação é realizado por homens e mulheres dos mais diferentes pontos de vistas e, desde que estes não firam os princípios básicos da Doutrina Espírita, há é óbvio o respeito à alheia opinião, tornando o Movimento Espírita diversificado o que não representa que a Doutrina Espírita assim o seja, pois ela tem um corpo doutrinário, é organizada e, justamente para promover orientação e aprimoramento das Casas, Grupos e Sociedades Espíritas é que o Serviço de Unificação aí está.
 
Vejamos as opiniões dos Espíritos sobre o assunto:
 
Unificação
Trabalhar pela Unificação dos órgãos doutrinários do Espiritismo no Brasil é prestar relevante serviço à causa do Evangelho Redentor junto à Humanidade.
Reunir elementos dispersos, concatena-los e estruturar-lhes o plano de ação, na ordem superior que nos orienta o idealismo, é serviço de indiscutível benemerência porque demanda sacrifício pessoal, oração e vigilância na fé renovadora e, sobretudo, elevada capacidade de renunciação.
À maneira do trabalhador fiel que se  desvela no amanho da terra, subtraindo-lhe os espinheiros e drenando-lhes os pantanais, cooperar na associação de energias da fraternidade legítima - com o Espírito do Senhor legislando em nosso mundo íntimo, representa obrigação de quantos se propõem a contribuir na reconstrução planetária a caminho da Terra regenerada e feliz.
Trabalhemos entrelaçando os pensamentos e ações, dentro dessas diretrizes superiores de confraternização substancial.
A tarefa é complexa, bem o sabemos.
O ministério exige lealdade e decisão. Todavia, sem o suor do servo fiel, a casa pereceria sem pão.
Lembremo-nos de que a vitória do Evangelho, ainda não alcançada, começou com a congregação de doze aprendizes, humildes e sinceros, em torno de um Mestre Sábio, Paciente, Generoso e Justo, e continuemos, cada qual de nós, no posto de trabalho que nos compete, atentos às determinações Divinas, da execução do próprio dever.
Emmanuel
(Do livro "Doutrina de Luz". 1ª edição: 1990. Grupo Espírita Emmanuel S/C Editora).
 
Unificação
Por Bezerra de Menezes
 
O serviço de unificação em nossas fileiras é urgente mas não apressado. Uma afirmativa parece destruir a outra. Mas não é assim. É urgente porque define o objetivo a que devemos todos visar; mas não apressado, porquanto não nos compete violentar consciência alguma.
Mantenhamos o propósito de irmanar, aproximar, confraternizar e compreender e, se possível, estabeleçamos em cada lugar, onde o nome do Espiritismo apareça por legenda de luz, um grupo de estudo, ainda que reduzido, da Obra Kardequiana, à luz do Cristo de Deus.
A Doutrina Espírita possui os seus aspectos essenciais em configuração tríplice. Que ninguém seja cerceado em seus anseios de construção e produção. Quem se afeiçoe à ciência que a cultive em sua dignidade, quem se devote à filosofia que lhe engrandeça os postulados e quem se consagre à religião que lhe divinize as aspirações, mas que a base Kardequiana permaneça em tudo e todos, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em que se nos levanta a organização.
Ensinar, mas fazer; crer, mas estudar; aconselhar, mas exemplificar; reunir, mas alimentar.
É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec: sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios.
Allan Kardec nos estudos, nas cogitações, nas atividades, nas obras, a fim de que a nossa fé não se faça hipnose, pela qual o domínio da sombra se estabelece sobre as mentes mais fracas, acorrentando-as a séculos de ilusão e sofrimento.
Seja Allan Kardec, não apenas crido ou sentido, apregoado ou manifestado, a nossa bandeira, mas suficientemente vivido, sofrido, chorado e realizado em nossas próprias vidas. Sem essa base é difícil forjar o caráter espírita-cristão que o mundo conturbado espera de nós pela unificação.
Amor de Jesus sobre todos, verdade de Kardec para todos.
 
(Bezerra de Menezes, trechos da mensagem “Unificação”, Psic. F.C.Xavier – Reformador, dez/1975).
 

O Espírito Odilon Fernandes no livro "ABC da Mediunidade", psicografia de Carlos Baccelli falando sobre Grupos Espíritas bem orientados assim coloca em determinado parágrafo que grupo bem orientado é "o que apoie o movimento de unificação e prestigie todo e qualquer evento doutrinário..."
(ABC da Mediunidade, Espírito Odilon Fernandes/Carlos A. Baccelli, 7. ed, Votuporanga, SP: Casa Editora Espírita "Pierre-Paul Didier", 2005. Cap. 30. p. 101-104 ( A 1. ed. é de 1995).

Unamo-nos e trabalhemos pelo Ideal renovador que é o Espiritismo, levando a mensagem luminosa do Evangelho, especialmente através dos nossos exemplos.

01/05/2014 - Campos dos Goytacazes, RJ.