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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

MEDIUNIDADE OSTENSIVA

Por Gilberto Perez Cardoso
Médico, Professor Universitário, Escritor e Orador Espírita

Fonte: Revista Espírita de Campos, n.92 - Ano 2009 - Trimestre: Outubro, Novembro, Dezembro.

Todos os grifos são do original

Nesses quarenta anos em que tenho tido a oportunidade de conviver mais de perto e atentamente com diversos médiuns, seja informalmente no dia a dia, seja nas reuniões mediúnicas de que participo semanalmente, aprendi, na teoria, pela leitura e estudo das obras de Kardec, mas principalmente na prática, que a mediunidade, embora sendo uma faculdade psicobiológica universal e, portanto, atributo de todos nós, só se expressa na sua forma ostensiva, em grau mais acentuado, em poucas criaturas.

Nesse período a que me referi, tive a chance de comprovar mediunidade ostensiva em poucas pessoas que inicialmente eram tidas por médiuns. Na maior parte dos casos em que se supunha haver fenômeno mediúnico, a rigor não havia evidências para se comprovar mediunidade ostensiva.

Newton Boechat foi um desses raros médiuns, portadores de mediunidade ostensiva, com quem tive a oportunidade de conviver por longo tempo; através de teste pude comprovar a sua mediunidade. Aliás, o próprio Boechat fazia questão de se testar e apreciava quando alguém o submetesse a tal. Nunca divulgava uma pretensa recepção mediúnica sem antes submetê-la ao crivo da razão, aliás, como sempre recomendou Allan Kardec em suas obras. Disse-me ele, certa vez, que adquirira esse hábito na convivência estreita que mantivera com o Chico Xavier, ainda na fase em que o médium mineiro habitava a cidade de Pedro Leopoldo. Segundo Boechat, o Chico tinha o hábito frequente de testar as revelações que surgiam por seu intermédio. Por vezes, guardava sigilo de comunicações até que pudesse comprovar a razoabilidade e acerto das mesmas.Sábia providência.

Não é o que tenho observado, infelizmente,  a muitas comunicações teoricamente "mediúnicas" na atualidade. Há muita comunicação e revelação que não se origina de espírito desencarnado, mas da imaginação daquele que supõe ser médium. Aliás, parece que a origem "mediúnica" confere à comunicação, para certas pessoas, certa superioridade, tem o condão de tornar quase que "sagrada" a revelação, quando se esquece que nem sempre uma ideia surge de um desencarnado e que, além disso, os espíritos são falíveis como todos nós. Kardec recomenda tudo analisar e é taxativo quando alerta para a falibilidade dos espíritos que se comunicam.

Para exemplificar um bom caso de mediunidade ostensiva, além de segura, vou narrar um fato curioso ocorrido comigo e envolvendo o Newton Boechat como médium. Eu mal o havia conhecido, em 1973 quando, ao participar de uma reunião no lar de um amigo comum, o confrade Darcy César Soares, em Copacabana, Rio de Janeiro, Boechat disse-me que estava registrando a presença de uma entidade desencarnada, ligada a mim, que dizia se chamar Jesus... eu mal conhecia o Boechat, que não tinha quase nenhuma informação sobre mim, minha família, minhas amizades de então. No momento, até sorri intimamente, imaginando por extravagante a presença ali de ninguém menos do que o Divino Mestre a me saudar...longe de mim esse merecimento. Mas tudo se aclarou logo em seguida, quando Boechat me transmitiu o recado: "- Diga ao Gilbertinho que sou mesmo o Jesus, mas não nasci em Belém..." Tudo, então, ficou óbvio para  mim.  Meu avô materno, espanhol, já desencarnado, chamava-se Jesus. Realmente ele nascera na Espanha, na Galícia, e desencarnara em 1955, quando eu contava apenas dois anos de idade. Não me lembro do meu avô, só de "flashes" muito vagos. Sabia, pela família, que ele tinha o hábito de me chamar pelo diminutivo, "Gilbertinho..."

Ora, o Boechat me conhecera havia muito pouco tempo; não conhecia ninguém de minha família e nem tinha informações sobre meus familiares já desencarnados. Muito menos sabia da forma peculiar como meu avô me tratava. Tais elementos tornam a captação mediúnica ostensiva bastante coerente e razoável.

Newton Boechat fazia questão desses testes. Certa vez, em outra reunião do lar uma pessoa o abordou e lhe pediu: " - Newton, eu tinha tanta vontade de que você recebesse uma mensagem do meu pai, já falecido, que se chama Carlos de..." Para minha surpresa, o Boechat respondeu: " - Pois infelizmente eu nunca vou receber uma mensagem de Carlos de..., agora que a senhora me disse o nome dele. Desculpe-me a franqueza, mas eu nunca poderia ajuizar se se tratará mesmo da entidade desencarnada ligada à senhora tentando se comunicar ou de simplesmente minha imaginação. A comunicação deve ser espontânea e depois testada, para se verificar se é autêntica".

E concluiu, contando um episódio relatado pelo Chico Xavier, em que este ensinava: " - Em mediunidade, a campainha sempre toca de lá para cá, nunca daqui para lá..."

Newton Boechat sempre seguiu à risca a recomendação do Chico.

Há outros exemplos muito curiosos da mediunidade ostensiva do Boechat.

A senhora Cinira Novaes, grande amiga nossa, residia na época também em Copacabana. em sua residência havia frequentes reuniões a que comparecíamos, nas décadas de 1970 e 1980. A própria Cinira me narrou o fato que passo a partilhar com o leitor amigo.

Antes de conhecer o Boechat, Cinira, nem espírita era, conversava em sua residência com duas amigas, a pintora Policena Barroso de Souza e a senhora Maria Francisca Alves Ribeiro. Comentava sobre a visita que ela e as duas amigas haviam feito, tempos antes, à senhora CHERUBINA DE AZEVEDO, então internada em hospital no Rio de Janeiro e que acabou desencarnando. Cinira havia dito às amigas, na época: " - A Cherubina já nem nos reconheceu, pois estava em coma. Com a morte do corpo, como sabemos, a alma também desaparece. Morreu, acabou. Isso de alma eterna, eu não acredito." Na mesma noite a senhora Cinira, meio a contragosto, mas curiosa e por insistência de outra amizade das três, iria ao culto no lar do senhor Darcy César Soares, sobre o qual já me referi. De noite, no culto, Cinira e as duas amigas avistaram-se pela primeira vez com o Boechat. Ao término da reunião, Boechat dirigiu-se às três senhoras visitantes e disse: " - Junto com as senhoras está uma entidade espiritual que deu o nome de QUERUBINA, cujo nome anotei aqui num papel, por se tratar de nome pouco comum. ah, perdão, ela já ia se afastando, mas retornou e disse para lhes comunicar que o nome dela é CHERUBINA,  com "CH" e também pediu para lhes dizer que ela não morreu".

Cinira ficou abismada, pois a amiga, quando encarnada, sempre fizera questão de ressaltar o "CH" no início do nome. Boechat não conhecia Cinira, até então, e nem tinha como saber que a escrita do nome correto era com "CH". Aliás, grafou erradamente, de início, no papel, QUERUBINA e foi corrigido pela entidade, que retornou e deu a grafia correta. Assim, como me contou a senhora Cinira, ela se tornou espírita por causa de um "CH".

Passemos a outro caso de mediunidade com o Boechat, envolvendo a senhora Cinira. O carro corria veloz na autoestrada Gênova-Pisa, ao volante o Sr. antônio Rosaspina, então presidente do Movimento Spiritico Italiano. Dentro do carro, também Cinira e Newton Boechat. em certo momento, Boechat alerta qeu seu mentor espiritual, Jardel, avisava que estaria presente uma entidade identificada pelo nome FERDINANDO CALZAMALLI, dizendo-se espírito protetor nas reuniões de desobsessão dirigidas pelo senhor Rosaspina. Cinira e Rosaspina protestaram, dizendo que deveria ser CALZAMAGLIA, mais comum em italiano. Boechat disse estar ouvindo muito bem CAZALMALLI. Revelou ainda o espírito que, quando ainda encarnado, fizera certos estudos que desejaria qeu fossem retomados pelo Rosaspina. Rosaspina agradeceu a proteção, mas disse não ter termpo para pesquisas, ocupado que se encontrava por múltiplos afazeres...

O grupo seguiu seu rumo: Pisa, Florença, diversas palestras. alguns dias depois Cinira e Boechat foram a Milão e reencontraram Rosaspina. ao seu lado, um rapaz pobre, carregando livros usados, tentava vender alguns ao Rosaspina. Na lista, o segundo livro era uma obra de... FERDINANDO CAZALMALLI, professor da Universidade de Modena! Nacido em Crema, em 4 de agosto de 1887, desencarnara em Como, em 30 de dezembro de 1958. Era neuropsiquiatra, foi docente na Universidade de Milão, produziu trabalhos experimentais em Psicobiofísica, em Metapsíquica e fora pioneiro na eletroencefalografia e no estudo dos fenômenos eletromagnéticos originados no cérebro humano. Seu mais famoso trabalho intitula-se "le onde eletromagnethice in correlazione con alcuni fenomeni psicosensoriali del cervello umano", quando demonstrou que ondas eletromagnéticas emanavam do cérebro.

Como vemos, a mediunidade ostensiva não é encontrada com facilidade, mesmo no meio espírita. Além da espontaneidade da comunicação, é imprescindível que testes semelhantes aos que acabei de expor evidenciem se a pessoa é mesmo portadora de mediunidade ostensiva. Fenômenos breves de natureza intuitiva ou inspirativa, sonhos, são comuns a todos nós e se confundem com os pensamentos cultivados no dia a dia das criaturas. Os desencarnados estão sempre interagindo conosco e nós lhes somos mais ou menos receptivos. Mediunidade ostensiva é diferente, principalmente pelo grau em que se manifesta e, em consequência, pelo conteúdo que poderá revelar. É importante que a fonte seja fidedigna e seu conteúdo coerente com os ensinamentos dos espíritos superiores e, além disso, que atenda aos ditames da razão.




segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

OS AVANÇOS DA CIÊNCIA DA ALMA

FONTE:  http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2012/11/os-avancos-da-ciencia-da-alma.html

Observação: A fonte do texto ao copiar e colar ficou em caixa alta.

Uma pesquisa inédita usa equipamentos de última geração para investigar o cérebro dos médiuns durante o transe. As conclusões surpreendem: ele funciona de modo diferente

DENISE PARANÁ, DA FILADÉLFIA, ESTADOS UNIDOS
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MEDIUNIDADE SOB INVESTIGAÇÃO Uma médium brasileira psicografa no laboratório do Hospital da Universidade da Pensilvânia (Foto: Denise Paraná/ÉPOCA)
Estávamos no mês de julho de 2008. Na Rua 34 da cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos, num quarto do Hotel Penn Tower, um grupo seleto de pesquisadores e médiuns preparava-se para algo inédito. Durante dez dias, dez médiuns brasileiros se colocariam à disposição de uma equipe de cientistas do Brasil e dos EUA, que usaria as mais modernas técnicas científicas para investigar a controversa experiência de comunicação com os mortos. Eram médiuns psicógrafos, pessoas que se identificavam como capazes de receber mensagens escritas ditadas por espíritos, seres situados além da palpável matéria que a ciência tão bem reconhece. O cérebro dos médiuns seria vasculhado por equipamentos de alta tecnologia durante o transe mediúnico e fora dele. Os resultados seriam comparados. Como jornalista, fui convidada a acompanhar o experimento. Estava ali, cercada de um grupo de pessoas que acreditam ser capazes de construir pontes com o mundo invisível. Seriam eles, de fato, capazes de tal engenharia?
A produção de exames de neuroimagem (conhecidos como tomografia por emissão de pósitrons) com médiuns psicógrafos em transe é uma experiência pioneira no mundo. Os cientistas Julio Peres, Alexander Moreira-Almeida, Leonardo Caixeta, Frederico Leão e Andrew Newberg, responsáveis pela pesquisa, garantiam o uso de critérios rigorosamente científicos. Punham em jogo o peso e o aval de suas instituições. Eles pertencem às faculdades de medicina da Universidade de São Paulo, da Universidade Federal de Juiz de Fora, da Universidade Federal de Goiás e da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia. Principal autor do estudo, o psicólogo clínico e neurocientista Julio Peres, pesquisador do Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (Proser), do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, acalentava a ideia de que a experiência espiritual pudesse ser estudada por meio da neuroimagem.
Pela primeira vez, o cérebro dos médiuns foi investigado com os recursos modernos da neurociência 
Em frente ao Q.G. dos médiuns no Hotel Penn Tower, o laboratório de pesquisas do Hospital da Universidade da Pensilvânia estava pronto. Lá, o cientista Andrew Newberg e sua equipe aguardavam ansiosos. Médico, diretor de Pesquisa do Jefferson-Myrna Brind Centro de Medicina Integrativa e especialista em neuroimagem de experiências religiosas, Newberg é autor de vários livros, com títulos como Biologia da crença e Princípios de neuroteologia. Suas pesquisas são consideradas uma referência mundial na área. Ele acabou por se tornar figura recorrente nos documentários que tratam de ciência e religião. Meses antes, Newberg escrevera da Universidade da Pensilvânia ao consulado dos EUA, em São Paulo, pedindo que facilitasse a entrada dos médiuns em terras americanas. O consulado foi prestativo e organizou um arquivo especial com os nomes dos médiuns, classificando-o como “Protocolo Paranormal”.
“É conhecido o fato de experiências religiosas afetarem a atividade cerebral. Mas a resposta cerebral à mediunidade, a prática de supostamente estar em comunicação com ou sob o controle do espírito de uma pessoa morta, até então nunca tinha sido investigada”, diz Newberg. Os cientistas queriam investigar se havia alterações específicas na atividade cerebral durante a psicografia. Se houvesse, quais seriam? Os dez médiuns, quatro homens e seis mulheres, participavam do experimento voluntariamente. Foram selecionados no Brasil por meio de uma longa triagem. Entre os pré-requisitos, tinham de ser destros, saudáveis, não ter nenhum tipo de transtorno mental e não usar medicações psiquiátricas. Metade dos voluntários dizia carregar décadas de experiência no “intercâmbio espiritual”. Outros, menos experientes, apenas alguns anos.
Na Filadélfia, antes de a experiência começar, os médiuns passaram por uma fase de familiarização com os procedimentos e o ambiente do hospital onde seriam feitos os exames. O experimento só daria certo se os médiuns estivessem plenamente à vontade. Todos se perguntavam se o transe seria possível tão longe de casa, num hospital em que se podia perguntar se Dr. Gregory House, o personagem de ficção interpretado pelo ator inglês Hugh Laurie, não apareceria ali a qualquer momento.
Numa sala com aviso de perigo, alta radiação, começaram os exames. Por meio do método conhecido pela sigla Spect (Single Photon Emission Computed Tomography, ou Tomografia Computadorizada de Emissão de Fóton Único), mapeou-se a atividade do cérebro por meio do fluxo sanguíneo de cada um dos médiuns durante o transe da psicografia. Como tarefa de controle, o mesmo mapeamento foi realizado novamente, desta vez durante a escrita de um texto original de própria autoria do médium, uma redação sem transe e sem a “cola espiritual”. Os autores do estudo partiam da seguinte hipótese: uma vez que tanto a psicografia como as outras escritas dos médiuns são textos planejados e inteligíveis, as áreas do cérebro associadas à criatividade e ao planejamento seriam recrutadas igualmente nas duas condições. Mas não foi o que aconteceu. Quando o mapeamento cerebral das duas atividades foi comparado, os resultados causaram espanto.
Segundo a pesquisa, a mediunidade pode ser considerada uma manifestação saudável 
Surpreendentemente, durante a psicografia os cérebros ativaram menos as áreas relacionadas ao planejamento e à criatividade, embora tenham sido produzidos textos mais complexos do que aqueles escritos sem “interferência espiritual”. Para os cientistas, isso seria compatível com a hipótese que os médiuns defendem: a autoria das psicografias não seria deles, mas dos espíritos comunicantes. Os médiuns mais experientes tiveram menor atividade cerebral durante a psicografia, quando comparada à escrita dos outros textos. Isso ocorreu apesar de a estrutura narrativa ser mais complexa nas psicografias que nos outros textos, no que diz respeito a questões gramaticais, como o uso de sujeito, verbo, predicado, capacidade de produzir texto legível, compreensível etc.
Apesar de haver várias semelhanças entre a ativação cerebral dos médiuns estudados e pacientes esquizofrênicos, os resultados deixaram claro também que aqueles voluntários não tinham esquizofrenia ou qualquer outra doença mental. Os cientistas afirmam que a descoberta de ativação da mesma área cerebral sublinha a importância de mais pesquisas para distinguir entre a dissociação (processo em que as ações e os comportamentos fogem da consciência) patológica e não patológica. Entre o que é e o que não é doença, quando alguém se diz tocado por outra entidade. Os médiuns estudados relataram ilusões aparentes, alucinações auditivas, alterações de personalidade e, ainda assim, foram capazes de usar suas experiências mediúnicas para tentar ajudar os outros. Pode haver, portanto, formas saudáveis de dissociação. Uma das conclusões a que os cientistas chegaram é que a mediunidade envolve um tipo de dissociação não patológica, ou não doentia. A mediunidade pode ser uma expressão comum à natureza humana. Essas conclusões, que ÉPOCA antecipa na edição que chegou às bancas na sexta-feira (16), foram divulgadas na revista científica americana Plos One. O estudoNeuroimagem durante o estado de transe: uma contribuição ao estudo da dissociação tem acesso gratuito desde sexta-feira, dia 16, no endereço eletrônico:dx.plos.org/10.1371/journal.pone.0049360.
EXPERIÊNCIA 1. Q.G. dos médiuns em quarto do Hotel Penn Tower, na Pensilvânia 2. Médium recebe marcador radioativo para captar a atividade cerebral durante o transe 3. Escaneamento cerebral por meio da técnica de tomografia computadorizada com emissão de  (Foto: Denise Paraná/ÉPOCA)


O O O O  O maior de todos os psicógrafos
Naquele verão, na Filadélfia, os dez médiuns produziram psicografias espelhadas – escritas de trás para a frente –, redigiram em línguas que não dominavam bem, descreveram corretamente ancestrais dos cientistas que os próprios pesquisadores diziam desconhecer, entre outras tantas histórias. Convivendo com eles naquele experimento, colhendo suas histórias, ouvindo os dramas e prazeres de viver entre dois mundos, encontrei diferentes biografias. Todos eles compartilham, porém, a crença de que aquilo que veem e ouvem é, de fato, algo real. Outro ponto em comum: todos nutriam enorme respeito por Chico Xavier, considerado o modelo de excelência da prática psicográfica.
Mineiro de família pobre, fala mansa e sorriso tímido, Chico Xavier recebeu apenas o ensino básico. Isso não o impediu de publicar mais de 400 livros, alguns em dez idiomas diferentes, cobrindo variados gêneros literários e amplas áreas do conhecimento. Ao final da vida, vendera cerca de 40 milhões de exemplares, cujos direitos autorais foram doados. Psicografou por sete décadas. Nenhum tipo de fraude foi comprovada. Isso não significa que seus feitos mediúnicos sejam absoluta unanimidade. Há controvérsias. O pesquisador Alexandre Caroli Rocha, doutor em teoria e história literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), chegou a conclusões que parecem favorecer a hipótese de que Chico fosse mesmo uma grande e sintonizada antena. Em seu mestrado, ele analisou o primeiro livro publicado pelo médium,Parnaso de além-túmulo, que trazia 259 poemas atribuídos a 83 autores já mortos.
Seu estudo considerou os aspectos estilísticos, formais e interpretativos dos poemas e concluiu que a antologia não era um produto de imitação literária simples. Rocha descobriu, por exemplo, que Guerra Junqueiro (1850-1923), um dos autores mortos, assinava a continuação de um poema inacabado em vida. Não havia indício de que Chico tivesse tido acesso ao poema antes de psicografar sua continuação. No doutorado, Rocha concluiu que Chico reproduzia perfeitamente o estilo do popular escritor Humberto de Campos (1886-1934). Nos textos que saíam da ponta de seu lápis havia, segundo Rocha, um estilo intrincado e sofisticado, detectável apenas por aqueles que conhecem bem como Humberto de Campos funciona. Muitos dos textos atribuídos a Campos continham informações que estavam fora do domínio público. Encerradas num diário secreto, tais informações só foram reveladas 20 anos depois da morte de Campos e do início da produção mediúnica de Chico.
Cérebro mediúnico (Foto: Reprodução/Revista ÉPOCA)
A ciência pode desvendar a natureza da alma? “Se eu pudesse recomeçar minha vida, deixaria de lado tudo o que fiz, para estudar a paranormalidade.” Essa confissão de Sigmund Freud a seu biógrafo oficial, Ernest Jones, marca um dos capítulos pouco conhecidos da história do pensamento humano. Pouca gente sabe também que muitas das teorias reconhecidas hoje pela ciência sobre o inconsciente e a histeria baseiam-se em trabalhos de pesquisadores que se dedicaram ao estudo da mediunidade. Talvez menos gente saiba que Marie Curie, a primeira cientista a ganhar dois prêmios Nobel, e seu marido, Pierre Curie, também Nobel, dedicaram espaço em suas atribuladas agendas ao estudo de médiuns. No Instituto de Metapsíquica em Paris, no início do século passado, Madame Curie inquiriu com seus assombrados olhos azuis a médium de efeitos físicos Eusapia Palladino. O casal Curie supôs que os segredos da radioatividade poderiam ser revelados por meio de uma fonte de energia espiritual. Quem seria capaz de imaginar isso hoje?
Outros cientistas laureados com o Nobel consagraram parte de sua vida buscando respostas para os mistérios da alma e a possibilidade de comunicação com os mortos. Pesquisas que hoje seriam consideradas assombrosas, como materialização de espíritos, movimentação de objetos à distância, levitação etc., foram realizadas na passagem entre os séculos XIX e XX. Houve forte oposição materialista. Experimentos frustrados e a comprovação de fraude de alguns médiuns lançaram um manto de ceticismo e silêncio sobre o tema. Essa linha de pesquisa entrou em crise. Experimentos com mediunidade aos poucos se tornaram uma mácula nos currículos oficiais dos eminentes cientistas. E a ciência moderna acabou por condenar ao esquecimento inúmeras pesquisas científicas sobre o assunto, algumas rigorosas. Enquanto o cinema, a TV e a literatura cada vez se apropriam mais das questões do espírito, a ciência dominante tem torcido o nariz e deixado essas reflexões fora de seu campo.
A questão tem sido esquecida, mas não totalmente. Apesar de ainda tímidas, pesquisas científicas sobre comunicações mediúnicas, como a da Filadélfia, têm sido realizadas recentemente. Basicamente, encontraram que, além de fenômenos que revelam fraude proposital ou inconsciente do médium, há muito a explicar. Muita coisa não cabe dentro do discurso que prevalece hoje na ciência. Pesquisadores da área acreditam que a telepatia do médium com o consciente ou o inconsciente daquele que deseja uma comunicação espiritual não explica psicografias nas quais se revelam informações desconhecidas das pessoas que o procuram.
A mensagem
Para os céticosA ciência precisa investigar a sério a hipótese da comunicação entre médiuns e mortos
Para os crentes
Essa hipótese ainda precisa passar por mais investigações para ser comprovada  
 Muitas informações fornecidas por médiuns, dizem eles, se confirmaram verdadeiras só mais tarde, após pesquisa sobre o morto. Como pensar então em telepatia se só o morto detinha as informações? Seria possível a ideia de comunicação direta com os mortos? Alguns cientistas que estudam as percepções mediúnicas discordam dessa hipótese. Acreditam que é possível não haver limite de espaço e tempo para percepções mediúnicas. O médium poderia andar para a frente e para trás no tempo e no espaço, coletando as informações que desejasse, quando e onde elas estivessem. Num fenômeno em que comprovadamente não houvesse fraude ou sugestão inconsciente, sobrariam apenas duas hipóteses: ou haveria a capacidade do médium de captar informações em outro espaço e tempo; ou existiria mesmo a capacidade de comunicação entre o médium e o espírito de um morto.
Atuais referências no estudo científico de fenômenos tidos como espirituais, cientistas como Robert Cloninger, Mario Beauregard, Erlendur Haraldsson, Stuart Hameroff e Peter Fenwick aplaudem a iniciativa de Julio Peres em seu estudo. Esse neurocientista brasileiro, que tem colhido apoio em seus pares, afirma que seus achados “compõem um conjunto de dados interessantes para a compreensão da mente e merecem futuras investigações, tanto em termos de replicação como de hipóteses explicativas”. Outro coautor do estudo, o psiquiatra Frederico Camelo Leão, coordenador do Proser, defende mais estudos acerca das experiências tidas como espirituais. “O impacto das pesquisas despertará a comunidade científica para como esse desafio tem sido negligenciado”, diz.
O QUE É MATÉRIA E O QUE NÃO É? Da esquerda para a direita, os cientistas Alexander Moreira-Almeida, Júlio Peres e Andrew Newberg discutem os exames em 2008. O artigo final com todos os achados só foi publicado quatro anos depois (Foto: Denise Paraná/ÉPOCA)
O O pesquisador Alexander Moreira-Almeida, coautor do estudo e diretor do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (Nupes), da Universidade Federal de Juiz de Fora, é o principal responsável por colocar o Brasil em destaque nessa área no cenário internacional. Moreira-Almeida recebeu o Prêmio Top Ten Cited, como o primeiro autor do artigo mais citado na Revista Brasileira de Psiquiatria, com Francisco Lotufo Neto e Harold G Koenig. É editor do livro Exploring frontiers of the mind-brain relantionship (Explorando as fronteiras da relação mente-cérebro, em tradução livre), pela reputada editora científica Springer.
Ele afirma que a alma, ou como prefere dizer, a personalidade ou a mente, está intimamente ligada ao cérebro, mas pode ser algo além dele. Para esse psiquiatra fluminense, pesquisas sobre experiências espirituais, como a mediunidade, são importantes para entendermos a mente e testarmos a hipótese materialista de que a personalidade seja um simples produto do cérebro. Moreira-Almeida lembra que Galileu e Darwin só puderam revolucionar a ciência porque passaram a analisar fenômenos que antes não eram considerados. “O materialismo é uma hipótese, não é ainda um fato cientificamente comprovado, como muitos acreditam”, diz Moreira-Almeida.
Apesar de todos os avanços da ciência materialista, a humanidade continua aceitando as dimensões espirituais. Dados do World Values Survey revelam que a maioria da população mundial acredita na vida após a morte. Em todo o planeta, um número expressivo de pessoas declara ter se sentido em contato com mortos: são 24% dos franceses, 34% dos italianos, 26% dos britânicos, 30% dos americanos e 28% dos alemães. Não há dúvida de que o materialismo científico foi instrumento de enorme progresso para a humanidade. A dúvida é se ele, sozinho, seria capaz de explicar toda a experiência humana. Para a maioria da população, a visão materialista parece deixar um vazio atrás de si. Na busca de respostas para nossas principais questões, muitos assinariam embaixo da frase de Albert Einstein: o homem que não tem os olhos abertos para o mistério passará pela vida sem ver nada.
* Denise Paraná é jornalista, doutora em ciências humanas pela Universidade de São Paulo e pós-doutora, como visiting scholar, pela Universidade de Cambridge, Inglaterra 
Leia aqui o artigo original (em inglês): http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2012/11/os-avancos-da-ciencia-da-alma.html

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O ABORTO E OS ZUMBIDOS DAS MURIÇOCAS

Por Jorge Hessen (*)

A epidemia do vírus zika requer urgente  debate  e muita prudência. É estranhável apontar o algoz Zika, um vírus que foi descoberto  na década 1940,  e que nunca foi notório por causar defeitos de nascimento. Mas, as instituições que estão pesquisando esses surtos estão buscando “provas” de uma relação entre o vírus Zika e a microcefalia, embora sejam necessárias mais investigações para entender essa relação. De qualquer forma, em nome das prováveis causas,  supõe-se também o conjunto de falhas e metodologias grosseiras, realizados pelo Ministério da Saúde, SUS, seus institutos associados e suas autoridades constituídas, que supostamente provocaram e continuam provocando a inquieta crise de microcefalia em todo o Brasil.
Conjetura-se ter conexão aos mosquitos transgênicos desenvolvidos pela empresa de biotecnologia britânica Oxitec, que é financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates. A Oxitec tem lançado os mosquitos Aedes geneticamente modificados no meio selvagem no Brasil desde 2011 para combater a dengue. A empresa produz até dois milhões de mosquitos geneticamente modificados por semana em sua “fábrica” em Campinas, Brasil. [1]
Noutro debate, acusa-se a vacina dTpa [2] que nunca foi aprovado e seguro para uso durante a gravidez. Na verdade, dTpa é classificado pela FDA - Food and Drug Administration , como droga de Classe C, indicando que não é uma escolha segura durante a gravidez. Para alguns especialistas, as [sinistras]consequências desta vacina testada é o que está sendo “varrida para debaixo do tapete” [3]O que aponta mais uma vez para Bill Gates, o Imperador da eugenia e Vacinas.De modo óbvio , o Ministério da Saúde e a Fiocruz afiançam que não há até o momento nenhuma evidência científica nacional ou internacional que relacione o aparecimento da microcefalia à administração da vacina dTpa ou qualquer vacina que faça parte do calendário nacional de imunização O Ministério da Saúde afirma ainda que "as vacinas dupla e tríplice viral são usadas mundialmente, e não haveria condições de isso (más-formações) ocorrer apenas no Brasil.
Conversa vai , conversa vem , os arautos do aborto começam a mostrar as unhas e fazer seus estragos. O juiz Jesseir Coelho de Alcântara , de Goiás, já autorizou uma série de abortos legais em casos de anencefalia e outras patologias raras.  Na opinião de Jesseir  se o aborto é permitido por lei em casos de fetos anencéfalos , também se justifica em gestações de microcéfalos, pois ambos casos são “incompatíveis com a vida”.  Diz que para  tomar a decisão, são necessários três laudos médicos, mais parecer favorável do Ministério Público. Todavia, contestando o conceito do juiz goiano, o   Conselho Federal de Medicina divulgou uma recente nota, assegurando que no caso de fetos com diagnóstico de microcefalia, em princípio, não há incompatibilidade com a vida. E o Movimento Brasil Sem Aborto assevera que interrupções em gestações de fetos com microcefalia ou outras más-formações são inaceitáveis sob qualquer aspecto.
A diretora do Centro Latino-Americano de Saúde Materno-Infantil da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) disse que “os casos de zika vão pressionar o debate sobre os direitos reprodutivos. A interrupção da gravidez, em qualquer situação, é uma decisão da mulher. (…) uma jovem que engravidou sem planejamento e tem um filho com deficiência necessitará de cuidados especiais durante toda a vida. A sociedade tem de ajudar essa mulher, e ela precisa de apoio para ter suas decisões respeitadas”.[4] Ora, o argumento capcioso da “liberdade de escolha” da mulher é uma sandice. À maior interessada, que é a criança, não é dada a liberdade de escolher entre sua vida e sua morte. E mais, são inúmeros os exemplos de mulheres que pensam em abortar, mas que desistem quando são ouvidas, ajudadas, acolhidas. Propor o aborto como solução a uma grávida quando se faz o diagnóstico de microcefalia é negar a ela o amparo de que realmente necessita.
Em países onde o aborto é legalizado, cerca de noventa por cento das gestações de crianças com síndrome de Down são interrompidas (assassinadas no útero). Não há pior forma de exclusão social do que eliminar o deficiente da existência. Neste macabro cenário do Deus nos acuda! Os abortistas profissionais identificam no pernilongo seu melhor aliado. Os políticos e meios de comunicação partidários do abortamento se unem em uníssono à campanha pró aborto. O diretor da OMS das Américas é mais explícito em uma mensagem com forte conteúdo eugênico quando afirma: “Não podemos tolerar que continuem nascendo crianças com más-formações”.
Há sóbrias razões científicas para ir de encontro ao aborto, sobretudo do microcéfalo. Com a biogenética vislumbramos a diversidade como o nosso maior patrimônio coletivo. E o embrião anormal, ainda que portador de microcefalia, compõe parte dessa diversidade. Deve ser, portanto, preservado e respeitado por elevadas razões. Os argumentos tal qual justificam a morte do microcéfalo serão os mesmo que corroboram a subtração da vida de qualquer outra pessoa - ou será que existem pessoas com mais vida e outras com menos vida? O  microcéfalo é um ser vivo intra-útero. Ele nasce com vida e pode como qualquer recém-nascido ir a óbito com minutos, dias, meses ou após muitos e muitos anos. Se ele nasce vivo, o aborto é criminoso, pois lhe ceifa a oportunidade e a experiência da reencarnação.
Ademais, o bebê com microcefalia possui preservada a parcela mais entranhada do cérebro, matriz, portanto do controle autômato de funções viscerais, a saber: batimentos cardíacos e capacidade de respirar por si próprio, ao nascer. Como ainda são misteriosos os enigmas da relação cérebro-mente, não podemos consentir que nossa falta de inteligência seja o guia de deliberações erradas como a do abortamento provocado desse feto. Tal ser não pode perder a dignidade nem o direito de nascer.
Até porque , os espíritos desses bebês especiais são espíritos que já viveram diversas outras existências, com deslizes e acertos. São espíritos que precisam passar pela experiência da microcefalia,  como um processo de ressarcimento e cura para suas pendências morais do passado danificado . Portanto, que nenhuma das mães aborte esses bebês. Ante os códigos das leis do Criador se houver um caso na família de microcefalia é porque o grupo necessita desta experiência, para dilatar os dons do amor. Assim, a família tem que se doar, pois nada ocorre por acaso , tudo tem matriz na Lei de Causalidade.  
É a Justiça Divina atuando, ainda que não compreendamos as necessárias aplicações das sanções do Criador.

Referências bibliográficas:
[1]           Disponível em: A FARSA DAS VACINAS, por Dra. Suzanne Humphries. – Quitéria Chagas ...  acesso em 11/02/2016
[2]            O DTpa combina o tétano, difteria e coqueluche (tosse convulsa) vacinas em uma única vacina
[3]            Disponível em: A FARSA DAS VACINAS, por Dra. Suzanne Humphries. – Quitéria Chagas ...  acesso em 11/02/2016
[4]            Disponível em http://www.institutoliberal.org.br/blog/microcefalia-dos-abortistas... acesso 12/02/2016

(*) Jorge Hessen, nascido no Rio de Janeiro a 18/08/1951, Servidor Publico Federal, residente em Brasília desde 1972. Formado em Estudos Sociais com ênfase em Geografia e Bacharel e Licenciado em História pela UnB. Escritor livros publicados: Luz na Mente publicada pela Edicel, Praeiro, um Peregrino nas Terras do Pantanal publicado pela Ed do Jornal Diário de Cuiabá/MT, Anuário Histórico Espírita 2002, uma coletânea de diversos autores e trabalhos históricos de todo o Brasil, coordenado pelo Centro de Documentação Histórica da União das Sociedades Espíritas de São Paulo - USE. Articulista com textos publicados na Revista Reformador da FEB, O Espírita de Brasília, O Imortal, Revista Internacional do Espiritismo, O Médium de Juiz de Fora, Brasília Espírita, Mato Grosso Espírita, Jornal União da Federação Espírita do DF. Artigos publicados na WEB da Federação Espírita Espanhola, l'Encyclopédie Spirite. Revista eletrônica O Consolador, da Espiritismogi.com.br, Panorama Espírita, Garanhuns Espírita e outras.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O ZIKA VÍRUS VEIO PARA LEGALIZAR O ABORTO?

Por Leonardo Paixão (*)

Publicado também no Jornal eletrônico O Rebate: http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2016/02/o-zika-virus-veio-para-legalizar-o.html

            O atual surto de pessoas infectadas com o vírus zika e de mulheres que têm dado à luz crianças portadoras de microcefalia, tendo sido apontado o vírus por principal causador desta deficiência, vem trazendo à tona a discussão sobre a legalização do aborto.

           Segundo o comissário de direitos Humanos da ONU, Zeid Ra’ad AlHussein declarou nesta sexta-feira, dia 05/02, o seguinte sobre o direito ao aborto: “As leis e as políticas que restringem acesso a esses serviços devem ser urgentemente revistas, em consonância com os direitos humanos, a fim de garantir o direito à saúde para todos".

            Este comunicado do comissário da ONU leva a refletir sobre quando começa a vida, o que diz a ciência sobre o assunto, em que semana de gestação a microcefalia é detectada e quais as outras causas desta deficiência. É o que colocaremos nos parágrafos a seguir.

            A Embriologia Humana, ramo das Ciências Biológicas, diz que a vida começa na concepção:

            Keith Moore and T. V. N. Persaud, The Developing Human: Clinically Oriented Embryology (6th ed. only) (Philadelphia: W. B. Saunders Company, 1998):

"O desenvolvimento humano é um processo contínuo que inicia quando um ovócito (óvulo) de uma fêmea é fertilizado pelo esperma (ou espermatozoide) de um macho"

            "... mas o embrião começa a se desenvolver logo que o ovócito é fertilizado" (p. 2)

            "Zigoto: esta célula resulta da união de um ovócito e um esperma. Um zigoto é o início de um novo ser humano (ou seja, um embrião)." (p. 2)

            "O desenvolvimento humano inicia na fertilização, processo durante o qual o gameta masculino ou esperma (...) une-se com um gameta feminino ou ovócito (...) para formar uma célula única, chamada zigoto. Esta célula altamente especializada e totipotente marca o início de cada um de nós como um ser individual" (p. 18)

William Larsen, Human Embryology (New York: Churchill Livingstone, 1997):

            "Neste texto iniciamos nossa descrição do desenvolvimento humano com a formação e diferenciação das células femininas e masculinas ou gametas, que unir-se-ão na fertilização para iniciar o desenvolvimento embrionário de um novo indivíduo. (...) A fertilização ocorre nas Trompas de Falópio (...) resultando na formação de um zigoto contendo um único núcleo diplóide. Considera-se que o desenvolvimento embrionário inicia-se neste ponto" (p. 1)

            "Este momento da formação do zigoto pode ser considerado como o início ou momento zero do desenvolvimento embrionário" (p. 17)

Ronan O'Rahilly and Fabiola Muller, Human Embryology & Teratology (New York: Wiley-Liss, 1994):

"A fertilização é uma etapa importante, pois, sob condições normais, um novo e distinto organismo humano é assim formado" (p. 5)

            "A fertilização é o processo de eventos que inicia quando um espermatozoide faz contato com um ovócito (...)" (p. 19)

            "O zigoto (...) é um embrião unicelular" (p. 19).

            A Doutora, Alice Teixeira Ferreira, em seu artigo – A Origem da Vida Humana e o Aborto (1), diz:

           “Em 1839, Schleiden e Schwan, ao formularem a Teoria Celular, foram responsáveis por grandes avanços da Embriologia. Conforme tal conceito, o corpo é composto por células, o que leva à compreensão de que o embrião se forma a partir de uma ÚNICA célula, o zigoto, que por muitas divisões celulares forma os tecidos e órgãos de todo ser vivo, em particular o humano. Com base nestas evidências experimentais, o Papa Pio IX aceitou a concepção como a origem do ser humano, em 1869. Não se trata, portanto, de um dogma religioso, mas da aceitação de um fato cientificamente comprovado. Para não dizer que se trata de conceitos ultrapassados, pode-se verificar que TODOS os textos de Embriologia Humana consultados, nas suas últimas edições, afirmam que o desenvolvimento humano se inicia quando o ovócito é fertilizado pelo espermatozoide. TODOS afirmam que o desenvolvimento humano é a expressão do fluxo irreversível de eventos biológicos ao longo do tempo, que só para com a morte. TODOS nós passamos pelas mesmas fases do desenvolvimento intrauterino: fomos um ovo, uma mórula, um blastocisto, um feto. Em todos os textos, os autores expressam sua admiração de como uma célula, o ovo, dá origem a algo tão complexo como o ser humano. Alguns afirmam tratar-se de um milagre.

Em 2002, na revista Nature, Helen Pearson relata os experimentos de R. Gardener e Magdalena Zernicka-Goetz, onde demonstram que o nosso destino está determinado no primeiro dia, no momento da concepção. Mais recentemente, também na Nature (2005), Y. Sasai descreve os fatores/proteínas que controlam o desenvolvimento do embrião a partir da concepção, descobertos por Dupont e colaboradores. O embriologista Lewis Wolpert chega a afirmar que o momento em que o ovo começa a se dividir é o momento mais importante de nossa vida, mais que o nascimento, casamento ou morte.

Tenta-se atualmente, através de uma retórica ideológica, justificar a morte de embriões e fetos com argumentos despidos de fundamentos científicos, tais como: "Não sabemos quando começa a vida do ser humano". Pelo visto acima, não é verdade. "O embrião humano é um montinho de células". Se fossem células comuns, certos pesquisadores não estariam tão interessados nelas. São tão extraordinárias que dão origem a um indivíduo completo. "O embrião humano não tem cérebro e é comparável à morte cerebral". Comparação absurda, pois a morte cerebral é uma situação irreversível — não há maneira de recuperar os neurônios mortos — e o embrião dispõe das células pluripotentes, que vão originar o cérebro. "O embrião com menos de 14 dias não tem consciência porque não tem tecido neural". Mas este argumento decorre apenas e tão somente da separação entre mente/alma e o corpo operada pela filosofia cartesiana.
           
(***)
            Assim, ser a favor da descriminalização do aborto equivale a ser conivente com o assassinato de embriões e fetos que, como vimos, já são vidas humanas. E, com isso, não há como concordar.
Atualmente, não se discute a realidade dos fatos biologicamente comprovados. Aceita-se que se está matando um ser humano através do aborto. Buscam agora justificativas "sociais" e para isto dão números falsos: O DataSUS relata 115 mortes de mulheres em 2004, no Brasil, causadas por aborto (a pesquisa não especifica se foram abortos provocados, ilegais, etc.).
São enganosas as estatísticas de milhões de mortes referidas pelos que são favoráveis ao aborto” (os grifos são do original).

A vida humana começa na concepção, isto é fato científico e confirma o que os Benfeitores Espirituais revelaram à Humanidade há mais de um século:
“344 – em que momento a alma se une ao corpo?
- “A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus” (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 91. Ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2008. p. 225).
(***)

Quando é detectada a microcefalia, em que semana de gestação?

            O médico Artur Timerman, diz que a microcefalia aparece no ultrassom no 6º mês de gravidez.

“No Nordeste do país, as alterações cerebrais dos fetos têm aparecido só por volta da 28ª semana de gestação.

"Fazendo um acompanhamento [com ultrassom] mais frequente, podemos identificar alterações mais cedo", afirma o obstetra Thomaz Gollop, professor da USP.

Já o obstetra Manoel Sarno, especialista em medicina fetal e que já acompanhou 80 casos de microcefalia associados à zika na Bahia, diz que será "improvável" o diagnóstico antes da 20ª semana” (2).

Temos assim que a microcefalia só é detectada pelo 5º/6º mês de gestação, o que faz pensar e, muito, sobre se a prática do aborto diante deste caso não seria uma forma sutil de se implantar a busca pelo bebê perfeito...

Já em termos de Doutrina Espírita, os casos vários que têm ocorrido, mormente na região Nordeste do país, trazem a característica de um resgate coletivo de Espíritos que, por Ordem da Lei Divina, encontraram o momento preciso para a sua rearmonização com a Lei.

“Os diversos casos de microcefalia que está ocorrendo por todo o Brasil, e com mais intensidade no Nordeste, e os números cada vez mais aumentando. Nos faz indagar: por que isto está acontecendo?

Para nós espíritas isto não é por acaso. Na visão da Doutrina Espírita esta situação enquadra-se nas chamadas provações coletivas, é um resgate coletivo. São espíritos que trazem necessidade de provas ou expiações semelhantes, nisto são atraídos a lugares ou situações, onde graves desequilíbrios destes espíritos são tratados em conjunto. Sobretudo nas doenças, chamadas de congênitas, que a criança já traz ao nascer, não se pode atribuir ao acaso ou a má sorte elas passarem por esta situação.

Há casos também em que esses espíritos reencarnam com este problema para ajudar os familiares a desenvolverem boas qualidades, a terem mais paciência, para desenvolver o cuidado pelo próximo, a compaixão, a generosidade...

O Espiritismo nos esclarece que estamos num mundo de efeitos, de consequências, onde percebemos que na reencarnação encontra-se o “por que” para compreendermos o que está ocorrendo, as causas e as consequências” (3)

(***)
Causas da microcefalia:

“O que pode gerar uma microcefalia? (5)

Tânia Saad: A microcefalia é uma situação bastante antiga dentro da medicina. Justamente porque ela não tem uma única causa. Os vírus, de uma forma geral, podem causar microcefalia. O que a gente mais conhece é o vírus da rubéola, um dos mais antigos e que a gente já tem campanhas para evitá-lo, como a vacinação. Mas o citomegalovírus, que parece uma gripe para a mãe, também pode ser causa de microcefalia. O herpes vírus, a toxoplasmose, alguns estágios da sífilis, menos frequentemente, mas além desses quadros que são infecciosos, você também pode ter alterações do metabolismo do bebê, causando isso; você pode ter alterações do fluxo da placenta, da quantidade de sangue com nutrientes que passa da mãe para esse bebê. Por exemplo, problemas de pressão alta, que muitas vezes acontecem durante o pré-natal, podem acabar gerando um crescimento intrauterino restrito, além da própria situação genética, muitas vezes é uma família que tem tendência a ter um crânio menor ou maior”.

Diante de tantas causas para a microcefalia, é justo que se pense na discussão da legalização do aborto, conforme tem explorado a mídia? E o combate ao vírus? Poucas são as notas colocadas sobre isso. Havendo tratamentos para rubéola, herpes, toxoplasmose, sífilis, seria justo dizer a uma mulher grávida e que tem estas doenças para ela abortar, quando é possível se ter um bebê saudável? Como ocorre em todos os casos de uma doença nova, é preciso aguardar tempo para que se tenha um tratamento a não permitir danos nem para as mães e nem para os bebês e, hoje, a ciência está bem avançada para auferir resultados em pouco tempo. Fazer desta questão trampolim para a legalização de um crime é deixar de atuar sobre a causa para se fixar em um efeito e que é provável, pois não se tem certeza da ligação do vírus zika e casos de crianças com microcefalia. Vejamos:

Revista Científica – Nature – expõe a dificuldade de se dizer imediatamente da ligação entre o zika vírus e os casos de microcefalia. Deixamos aqui o artigo inteiro em tradução livre (4):

Provando ligação Zika a defeitos de nascimento representa grande desafio.
Obtenção de provas conclusivas de qualquer forma poderia levar anos, dizem pesquisadores.

Erika Check Hayden
09 de fevereiro de 2016

As mulheres grávidas infectadas com o vírus Zika estão sendo monitorados para efeitos sobre seus fetos.

As autoridades de saúde pública estão investigando se o vírus Zika causou um aparente aumento no número de crianças nascidas com microcefalia, ou anormalmente cabeças pequenas, em pelo menos sete países. Mas para ser conclusiva e determinar que o vírus transmitido por um mosquito é o responsável  poderia levar meses ou anos, dizem os pesquisadores.

Preocupações surgiram pela primeira vez no Brasil, que em novembro declarou uma emergência nacional de saúde pública. A partir de 2 de fevereiro foram investigados e encontrados 1.113 de 4.783 casos suspeitos de microcefalia relatadso desde o ano passado, e se confirmou que 404 que poderiam estar ligados a Zika. Em 1º de fevereiro, uma comissão convocada pela Organização Mundial de Saúde disse que um nexo de causalidade entre Zika e microcefalia é "fortemente suspeito, embora ainda não cientificamente comprovado".

Isso não é por falta de esforço. Trabalho em curso inclui estudos de caso-controle para comparar as taxas de infecção da Zika em bebês que nascem com microcefalia e naqueles sem ele, assim como o sequenciamento genético do vírus e os esforços para desenvolver um teste de diagnóstico molecular para a infecção Zika.

Fazendo o progresso tem sido difícil porque os cientistas sabem relativamente pouco sobre Zika; não existe um teste fácil de usar para diagnosticar infecções; e os médicos discordam sobre como definir microcefalia, afirma Bruno Andrade, imunologista do Instituto de Pesquisa da Fiocruz na Bahia, Brasil. "Tudo isso começou a menos de dois meses atrás - que é quando tudo se aproximou", diz ele. "Estamos no meio desse pesadelo aqui."

Até agora, duas linhas de evidência apoiam uma ligação entre o vírus e microcefalia. Casos de microcefalia no Brasil começou a subir cerca de 6 meses depois que as autoridades confirmaram a transmissão do Zika, sugerindo que o defeito pode ter sido causado por exposição in utero ao vírus. E pesquisadores no Brasil têm encontrado vestígios do vírus, ou anticorpos para ele, no líquido amniótico, cérebros ou fluido espinhal de 15 fetos e bebês diagnosticados com microcefalia.

Esta pesquisa é sugestiva, mas não conclusiva. "A maioria de nós acredita que é altamente plausível que Zika é a causa desta epidemia de microcefalia, mas precisamos de provas adicionais", diz Albert Ko, um médico em doenças infecciosas e epidemiologista na Escola Yale de Saúde Pública, em New Haven, Connecticut.

Na esperança de produzir dados mais-definitivos, o Ministério da Saúde está agora realizando criação de grandes estudos. Em um deles, os pesquisadores vão acompanhar 6.000 mulheres grávidas no nordeste do Brasil, para investigar os efeitos de Zika e de microcefalia.

Lacunas de conhecimento

Estudos epidemiológicos são muitas vezes complexos porque Zika provoca uma doença relativamente leve em adultos e não há nenhum teste amplamente utilizado para o vírus. Isto significa que a maioria das mães que participaram em estudos anteriores não foram diagnosticadas com Zika. Para resolver este problema, o Ministério da Saúde está agora a pedir às se esses casos tinham sintomas Zika em vez de se eles foram diagnosticados com Zika.

Mas muitos pesquisadores dizem que os dados epidemiológicos sozinhos não vão convencê-los de uma ligação entre Zika e microcefalia; eles gostariam de ver a evidência de como e por que o vírus causa a doença. Com isto em mente, os cientistas estão a desenvolver modelos animais para investigar os efeitos do Zika sobre o corpo, os tecidos que infecta, e por que os cérebros fetais podem ser especialmente vulneráveis.

"Há um monte de trabalho a investigação fundamental e que é preciso fazer", diz Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas em Bethesda, Maryland.

"Há um monte de trabalho, a investigação fundamental é que é preciso fazer."

É plausível, por exemplo, que Zika cruza da mãe para o bebê através da placenta, como fazem alguns vírus relacionados, tais como o vírus do Nilo Ocidental. Mas esses outros vírus não costumam causar danos ao cérebro infantil, por isso não é claro por que - ou como - o Zika pode fazer isso, diz David Morens, um conselheiro sênior para Fauci.

O vírus pode ser tóxico somente enquanto o cérebro de um feto ainda está desenvolvendo suas principais estruturas, nos dois primeiros meses de gravidez. Ou pode persistir no organismo por um longo período, o que explicaria por Zika é visto em bebês natimortos com microcefalia. "Se o insulto aconteceu logo no início, então porque é que o vírus presente em sete meses quando o aborto ocorre?", Diz Morens. "Deve haver uma combinação de coisas acontecendo."

Outro enigma é o que faz com que essas mulheres e bebês sejam tão vulneráveis: a grande maioria das mulheres infectadas com Zika passa a ter bebês saudáveis.

Mas seja qual for a causa os cientistas em última análise, descobrir sobre Zika, outro grande desafio continua: apoiar as crianças nascidas com microcefalia. Muitos vivem em o que Ko chama de "estado vegetativo", e pode passar a ter convulsões. Isso pode ser difícil para as suas famílias - muitos dos quais são pobres - para suportar.

"Temos que começar a se estabelecer e pensar em como vamos cuidar dessas crianças", diz Ko. Se houver uma ligação entre Zika e microcefalia, o número de bebês afetados pela condição poderia dizer como o vírus se espalha, ele adverte. "Não temos ideia de quão grande ele vai ficar."

Nature 530, 142-143 (11 de Fevereiro de 2016)

Aos que apregoam o respeito à opinião da mulher e de sua vida, dizemos duas coisas: primeiro é preciso orientar à mulher sobre quando a vida se inicia e em relação a planejamento familiar, etc, do contrário teremos de admitir que as que se deleitam no sexo casual e que engravidam, devem ter todo o direito de abortarem a vida que, por inconsequência, vieram e não lhes cabe agora arcar com as consequências de um ato inconsequente? Ah! – dirão alguns que o homem por não carregar uma vida em seu ventre, tem uma carga menor e que tudo recai sobre a mulher, mas, e ela não pensou nisto antes?

Outra coisa é o que nos colocou um amigo ateu: “O Livro dos Espíritos, na questão 359 diz o seguinte: Dado o caso que o nascimento da criança  pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda? – ‘Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe’. E fez um adendo filosófico dizendo que o ser que não existe se refere ali não à vida, mas ao fato de não ser um indivíduo com todo um histórico de experiências como a mãe. Colocou então a seguinte questão a nós:  A mãe tem um amor sublime pelo seu filho e renúncia à própria vida por ele, por que não se deixar a criança viva e se matar a mãe, até porque a mãe em seu amor sublime a isso concordaria plenamente? Ao que respondemos que a ética deixa bem claro que, no caso, a mãe é um ser com experiências e condições para cuidar de si, já o bebê ficaria privado do amor de sua mãe? E, por outra, como espírita, sabemos da possibilidade dele ter uma nova encarnação.

Tudo o que aqui escrevemos nos apontam para o acerto do que nos disseram os Benfeitores da Vida Maior há mais de um século:

“Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?
“Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando”.

Nem se alegue que não se deva por questões religiosas nesta discussão (e temos ouvido isso de espíritas?), no caso de nós espíritas, isso é um contrassenso, pois que o Espiritismo é uma Ciência, conforme definição de Allan Kardec no Preâmbulo do livro “O que é o Espiritismo”: 

“O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que decorrem destas relações.
Podemos assim defini-lo:
O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos espíritos e de suas relações com o mundo corporal” (¨6).

Recomendamos também uma leitura atenta do item 8 – Aliança da Ciência e da Religião, do capítulo I de O Evangelho segundo o Espiritismo – Não Vim Destruir a Lei.

Para encerrar deixamos aqui a frase do cientista que continua liderando a ciência, Albert Einstein:
“A ciência sem a religião é paralítica - A religião sem a ciência é cega...”

(6) Leia-se sobre observação como método científico: http://conceito.de/observacao
(7) Sobre Eintein continuar liderando a Ciência recomendamos a leitura de: http://www.nature.com/news/einstein-s-gravitational-waves-found-at-last-1.19361

(*) - Leonardo Paixão é Orador espírita (que tem viajado por alguns Estados brasileiros, quando possível, na divulgação da Doutrina Espírita), articulista, escritor, poeta, tem críticas literárias publicadas no site orientacaoespirita.org e um artigo publicado em Reformador em Agosto de 2010, A Revelação - uma perspectiva histórica e tem escrito alguns artigos no jornal eletrônico O Rebate. Tem livro publicado pela Editora Virtual O Consolador – “Reflexões Doutrinárias” e obras próprias e mediúnicas acessíveis gratuitamente no site bvespirita.com. Participa com um grupo de amigos de ideal do GE Semeadores da Paz em Campos dos Goytacazes, RJ, onde exerce direção de estudos e trabalhos na área mediúnica, atuando como médium psicofônico na desobsessão e como psicógrafo de mensagens esclarecedoras, poesias e cartas consoladoras.