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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

GUIAS ESPIRITUAIS

Por Leonardo Paixão(*)
 
“Que se deve entender por anjo de guarda ou anjo guardião?”
“O Espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada”. (O Livro dos Espíritos, questão 490)

Defrontamo-nos assim que começamos os nossos estudos do Espiritismo com a expressão “Anjo da Guarda”, muitos companheiros e companheiras de nosso Movimento ainda mantém dúvidas, devido, claro, à falta de estudo das Obras Básicas, confundindo tal termo poético usado pelos Espíritos e por Allan Kardec com os conceitos advindos de outros credos religiosos.
Temos também lido artigos onde se colocam definições a respeito dos termos “anjo da guarda”, “mentor”, “guia”, “protetor”, o que consideramos equivocada tal posição, pois diante do que lemos a respeito em O Livro dos Espíritos (questões 489 a 514), fica lá muito claro que todos estes termos se referem a uma mesma classe de Espíritos, os Guias Espirituais ou Mentores Espirituais. É importante que elucidemos quem são e o objetivo dos Guias Espirituais, já que ouvimos certa feita de dirigente de Instituição Espírita que considerava que “Anjo da Guarda” era um anjo mesmo, criatura à parte da criação e que o Guia ou Mentor Espiritual fosse um Espírito subordinado ao “Anjo da Guarda”, quanta falta faz o estudo sistematizado da Doutrina Espírita!  e, por falta deste, vemos muitos dirigentes despreparados doutrinariamente, verdadeiros iniciantes que por motivos vários, nem sempre louváveis, são colocados em encargos de altíssima responsabilidade e, por isso mesmo, não raro, desvirtuando os caminhos do Evangelho Redivivo nas Instituições que administram. Ter boa vontade ou ser um bom administrador não supre a falta do estudo doutrinário que nos orienta para a melhor forma de ação.
Em resposta a um leitor da Revista Eletrônica O Consolador (1) a respeito de “Anjos da Guarda”, “Mentores”, “Protetores” e suas supostas diferenças, o confrade Astolfo Olegário de Oliveira Filho faz um resumo da explicação de Kardec e dos Benfeitores Espirituais nas questões por nós citadas acima:
1.   Cada anjo de guarda tem o seu protegido, pelo qual vela, como o pai pelo filho. Alegra-se, quando o vê no bom caminho; sofre, quando ele lhe despreza os conselhos.
2.   Anjo de guarda ou anjo guardião é o mesmo que Espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada.
3.   Sua missão é como a de um pai com relação aos filhos: guiar seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida.
4.   Cabe ao Espírito protetor o direito de escolher os seres aos quais irá proteger. Essa tarefa para alguns é um prazer; para outros, missão ou dever.
5.   Diferentemente dos Espíritos familiares, o Espírito protetor, anjo de guarda, ou bom gênio, é o que tem por missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo a progredir. É sempre de natureza superior, com relação ao protegido.
6.    O Espírito protetor não abandona seu protegido, mas pode afastar-se quando vê que seus conselhos são inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores.
7.    Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão, estamos separados do Espírito que nos protege.
8.    O Espírito protetor pode influenciar-nos mesmo estando milhões de quilômetros distante de nós.
9.    A ação dos Espíritos que nos querem bem é sempre regulada de maneira que não nos tolha o livre-arbítrio, porquanto, se não tivéssemos responsabilidade, não avançaríamos na senda que nos há de conduzir a Deus.
10. O Espírito protetor, que consegue trazer ao bom caminho o seu protegido, adquire um mérito que lhe é levado em conta, seja para seu progresso, seja para sua felicidade.
11.  Uma vez no plano espiritual, reconheceremos o Espírito que foi na Terra o nosso protetor.

Em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 18, item 11 assim está:
“Além do anjo guardião, que é sempre um Espírito superior, temos Espíritos protetores que, embora menos elevados, não são menos bons e magnânimos. Contamo-los entre amigos, ou parentes, ou até, entre pessoas que não conhecemos na existência atual. Eles nos assistem com seus conselhos e, não raro, intervindo nos atos da nossa vida”.
 
Yvonne do Amaral Pereira, digna médium que nos deixou instrutivas obras seja pela psicografia seja pela inspiração, em nota a este trecho do Evangelho, em seu livro “Recordações da Mediunidade”, cap. 7 – Amigo Ignorado nos esclarece que o anjo guardião é: “Chefe da falange ou da legião espiritual a que pertencemos, Espírito de alta elevação moral e intelectual”.
Este esclarecimento de Yvonne Pereira se confirma diante dos fatos de que Emmanuel, guia espiritual de Chico Xavier o acompanha desde longas eras, assim como Joanna de Ângelis, guia espiritual de Divaldo Franco o acompanha desde muito, também o guia espiritual do médium Raul Teixeira, o Espírito Camilo, o acompanha há tempos tendo-lhe revelado que “nosso envolvimento mais profundo se deu nos tempos das arenas romanas e que, no século XII, com os labores do Iluminado de Assis, na Úmbria, assumimos compromissos graves que, por minha vez, não consegui cumprir” (2). E assim foi com a própria Yvonne Pereira que está ligada ao seu guia espiritual, o Espírito Charles por diversas existências e assim, conforme temos observado, se dá com a maioria dos médiuns.
Qual a função, o trabalho dos Guias, é apenas proteger os seus guiados, orientá-los ou vai mais além? Em nosso livro virtual “Dimensões Espirituais da Vida” (3), respondemos a isso de forma simples, fácil ao entendimento:
“O trabalho dos Guias
Os espíritos Guias são os que têm uma visão ampla da vida, são os chefes da falange espiritual da qual fazemos parte. Eles nos orientam para o Bem e para o nosso bem. O trabalho deles, ainda que possam nos auxiliar em algum sentido material, é o de nos mostrar o caminho a seguir para cumprirmos com o nosso avanço na caminhada evolutiva.
Guias verdadeiros não nos dirão em que número de loteria ou jogo de bicho marcar. Não. Guias verdadeiros nos auxiliarão à medida em que estivermos com os nossos canais abertos, ouvindo-os intuitivamente e agindo positivamente, culminando as nossas ações em bem para nós mesmos e para outros. Guias não são egoístas e suas intuições não favorecem tão-só o guiado, mas ensinam a ele o valor da fraternidade.
Resumindo: o trabalho dos Guias é o fazer avançar a espécie humana”. (Cap. V – O Auxílio da Luz).
E para os trabalhadores do setor mediúnica nas Instituições Espíritas, a salutar instrução do Espírito Yvonne Pereira:
“À ESPERA DOS GUIAS
Toda reunião de intercâmbio espiritual objetiva amparo, socorro, aprendizado e esclarecimento. Todavia, muitos grupos mediúnicos fascinam-se à espera de grandes orientadores da humanidade.
O intercâmbio com o Além não é uma caixa mágica, de onde salte a solução para todas as indagações humanas e de onde procedam as respostas para todos os problemas.
Mediunidade é sintonia e necessita de instrumento bem habilitado e moralmente renovado para ligar-se a esferas maiores.
Entretanto, os efetivos guias da humanidade não costumam condicionar os homens ou aprisioná-los com fenômenos; pelo contrário, gostam de incentivar o estudo e a liberdade de raciocínio. Solicitam, antes, a análise rigorosa de tudo quanto ditam, desenvolvendo, nos partícipes, a necessária parcela de contribuição, como demonstrou Allan Kardec.
Os verdadeiros amigos espirituais são discretos, sinceros, quase sempre orientam de modo geral e nunca, jamais impõem suas instruções.
Dessa feita, os grupos que estão insistentemente à espera de guias, preocupem-se em bem proceder, em exaltar a verdade, na prática silenciosa da benemerência, porque somente assim, agindo e vivendo os princípios do Evangelho, atrairão a presença dos bons Espíritos.” (Yvonne entre Nós/ pelo Espírito Yvonne do Amaral Pereira; [psicografado por] Emanuel Cristiano; apresentação de Therezinha Oliveira. Campinas, SP: Allan Kardec, 2006. pp. 26-27).
Notas:
(2) Correnteza de Luz. [psicografado por] J. Raul Teixeira; pelo Espírito Camilo. 4. ed. Niteroi, RJ: Fráter Livros Espíritas, 2011. p. 13.


(*) - Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando com amigos de Ideal no Grupo Espírita Semeadores da Paz.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

MISTIFICAÇÕES

Artigo publicado também em:
 
 
Por Leonardo Paixão (*)



“1ª As mistificações constituem um dos escolhos mais desagradáveis do espiritismo prático. Haverá meios de nos preservarmos deles?”
“Parece-me que podeis achar a resposta em tudo quanto vos tem sido ensinado. Certamente que há para isso um meio simples: o de não pedirdes ao Espiritismo senão o que ele vos possa dar. Seu fim é o melhoramento moral da Humanidade; se não vos afastardes desse objetivo, jamais sereis enganados, porquanto não há duas maneiras de se compreender a verdadeira moral, a que todo homem de bom senso pode admitir” (KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Segunda Parte, cap. XXVII, item 303, pergunta 1ª. FEB).

Problema com o qual haveremos sempre de nos deparar nas lides espíritas enquanto estivermos no nível moral que nos condiciona à estadia em um planeta de provas e expiações: a mistificação.
No capítulo das obsessões ela envolve o grau de obsessão por fascinação, porém, é preciso separar mistificadores de mistificadores-obsessores.
Mistificar conforme o Minidicionário Antônio Olinto da Língua Portuguesa significa: Enganar; embair; abusar da credulidade de. Assim, o que querem os mistificadores, sejam encarnados ou desencarnados é nos ludibriar. E como não sermos enganados? Já orienta Allan Kardec de tudo se passar no que respeita às palavras dos Espíritos pelo severo crivo da razão e do bom senso, para isso é preciso que estejamos com boa disposição moral sem desejos de superioridade e nem de ser detentor de revelações.
Deixaremos aqui algumas experiências pessoais a respeito. Sabemos, conforme orientam as Obras Básicas e as subsidiárias sérias, de que os Espíritos sérios não se intrometem em assuntos humanos que cabe à própria vida terrena e às nossas escolhas. Pois bem, certa feita em que presenteamos uma amiga com uma ave para que ela pudesse abater e fazer uma celebração familiar, através de nós mesmos, manifestou-se um Espírito que recebe em religiões de matrizes afro a nomenclatura de “preto-velho” e que sabemos muitos deles serem bons e auxiliarem em reuniões mediúnicas e poderão ser até Guias se com suas instruções isso mostrarem. No caso em pauta, a nossa amiga lhe perguntou se deveria comer a ave, o espírito deu aval para tal. Ora, um Espírito que seguisse pelas diretrizes seguras da Codificação ou não responderia ou diria em poucas palavras que isso é assunto terreno e, portanto, de foro íntimo de cada qual, já que por escolha pessoal temos uma alimentação vegetariana e não por instrução deste ou daquele Espírito. O Espírito neste caso deve ser classificado de ruim, enganador? Cremos que não, porém, deixou claro a sua condição de não-superioridade, mas, caso, orientações assim começassem a ser realizadas e acatadas, tanto o Espírito quanto nós, estaríamos na classificação de mistificadores.
Outra coisa: em uma de nossas reuniões de tratamento à distância este mesmo Espírito anos atrás recomendou que passássemos amônia para limpeza fluídica do Grupo que até então estava instalado em uma pequena sala comercial. Ficamos quietos e pedimos em pensamento socorro ao nosso Guia, o Espírito Alberto e ele recomendou que relêssemos André Luiz, postura digna de um Guia verdadeiro que não nos deixa sem o trabalho de pesquisa e de estudo. Fomos então à leitura e encontramos o seguinte:
“(...) A higienização processava-se ativa.
O serviço reclamava cuidado.
Segundo apontamentos recolhidos por nós, em outras ocasiões, aqui surgiam aparelhos delicados para a emissão de raios curativos, acolá se efetuava a ionização do ambiente com efeitos bactericidas.
Alguns encarnados, como habitualmente acontece, não tomavam a sério as responsabilidades do assunto e traziam consigo emanações tóxicas, oriundas do abuso de nicotina, carne e aperitivos, além das formas-pensamentos menos adequadas à tarefa que o grupo devia realizar” (Nos Domínios da Mediunidade. Ditado pelo espírito André Luiz; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. 27. Edição. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2000. Cap. 28, Efeitos físicos. p. 260).
E também esta referência em obra de outro autor que se reporta à André Luiz com frequência: “A preparação do ambiente operada pelos espíritos era outra referência interessante. O ambiente era ozonizado e ionizado” (VASCONCELOS, Humberto. Materialização do amor: vida e obra de Peixotinho. 3. Ed. revista e atualizada – Recife: Gráfica Barreto, 2011. Casa Editora “O Nazareno” Ltda. p. 70).

Após estas leituras fomos buscar na Internet no buscador do google o significado de ozonizar e ionizar e encontramos:
Ozônio - variedade alotrópica do oxigênio (O3), que se forma na alta atmosfera por reações fotoquímicas [Serve de filtro de radiações ultravioleta, com baixo comprimento de onda e nocivas aos seres, tb. us. como agente oxidante, no tratamento de água, rejeitos industriais vivos etc.].

Íon - Na área da Química, íon, iônio ou ionte é uma partícula, átomo ou molécula eletricamente carregada. É qualquer parte de um átomo ou de molécula deslocada pela aplicação de uma energia. Ionizar é o processo de transformar átomos de carga neutra em seus respectivos íons.

Vemos assim o quanto os Espíritos trabalham para facultar a nós um ambiente adequado, expurgando bactérias e toxinas próprias de nossos pensamentos manipulando as energias precisas para tal e que a nossa parte na higienização física da Casa Espírita é a mesma que realizamos em nossos lares com as diferenças de espaço e utensílios, na essência, porém, é a mesma. E nem se argumente que tal trabalho ocorre para reuniões de materialização ou efeitos físicos, porque sabemos hoje que tal higienização ou limpeza psíquica se dá em todo ambiente da Casa Espírita: salão de palestras, sala de passes, salas para reuniões mediúnicas, sala de evangelização, etc e que nos cabe o dever de mantermos as vibrações propícias ao ambiente com atitude respeitosa, sermos alegres sim, mas não eufóricos com gargalhadas, brincadeiras impróprias, uso de xingamentos, movimentação atabalhoada, dinamismo não significa nervosismo, apreensão, ansiedade, coisas que nos desequilibram o emocional, se mantivermos serenidade na vida cotidiana, de igual modo agiremos no recinto espiritual que nos acolhe. Silêncio interior também é oração.

Vejamos o que instrui Yvonne do Amaral Pereira a respeito:
“Existem os mistificadores, inofensivos, brincalhões apenas, que levam o tempo alegremente, se bem que também levianamente, cujas ociosidades e futilidades só a si mesmos prejudicam, e que todos consideram irresponsáveis quais crianças travessas, e a quem ninguém levará a sério. Na Terra como no Espaço, eles proliferam, sem realmente prejudicar senão a si próprios. Existem os hipócritas, perigosos, portanto, que sabem enganar porque se rodeiam de falsa seriedade, a qual mantém, apoiados em certa firmeza de lógica, e a quem somente observadores muito prudentes saberão descobrir. Na Terra como no Espaço, proliferam também esses, quer encarnados, como homens, quer como Espíritos já desencarnados, causando no seio das duas sociedades sérios desequilíbrios e danos vultosos, não raro desorganizando a vida e os feitos dos incautos que se deixam embair pelas suas atitudes dúbias. Dentro do Espiritismo, costumam estes, os desencarnados, causar sérios prejuízos aos médiuns orgulhosos insubmissos à disciplina em geral, que a boa prática da Doutrina recomenda, e também entre diretores de organizações espíritas pouco competentes, moral e intelectualmente para o importante mister. Suas atitudes mistificadoras, porém, serão facilmente observadas e desmascaradas por um adepto prudente, bom conhecedor do terreno prático da Doutrina, como da sua filosofia, e, acima de tudo, por alguém que, portador de qualidades morais elevadas, se haja tornado bem inspirado e assistido pelos planos superiores do invisível, pois de tudo isso mesmo nos adverte o estudo da Doutrina Espírita. Muito conhecidas são ambas as classes de mistificadores para que nos ocupemos a repetir o que todo aprendiz do Espiritismo conhece.
Há, todavia, ainda, uma terceira classe, a mais impressionante que se nos tem deparado no longo exercício de nossa mediunidade, a mais perturbadora, perigosa e difícil de ser combatida, porque geralmente ignorada sua existência pelos próprios adeptos do Espiritismo, e a qual age de preferência nas próprias paisagens invisíveis, em torno de entidades desencarnadas não devidamente moralizadas, mas também podendo interferir na vida dos encarnados, prejudicando-os e até os levando aos estados alucinatórios ou mesmo ao estado de obsessão, pelo simples prazer de praticar o mal, divertindo-se. Tais entidades são perversas, enquanto que as simplesmente mistificadoras nem sempre se apresentam verdadeiramente malvadas. Obtém aquelas resultados satisfatórios, na torpe tarefa de perseguição e engodo, contra pessoas que, com a devida confiança, não exercem a oração e a vigilância mental de cada dia, como defesa contra males psíquicos, as quais atraem para seus detestáveis agrupamentos espirituais durante o sono corporal, e também contra Espíritos desencarnados frágeis, revoltados, descrentes ou levianos, que a tempo não se harmonizam com o dever, o que lhes evitaria tais situações após o decesso corporal.
Geralmente, esses a quem aqui denominamos mistificadores-obsessores não foram inimigos das suas vítimas através das existências, nem mesmo as conheceram anteriormente, às mais das vezes. Se exercem a  perseguição e o assédio, alcançando funestos êxitos, será porque encontram campo aberto para suas operações nos sentimentos bastardos das mesmas, afinidades morais e mentais de má categoria, naqueles a quem se agarram, tornando-se, então, para estes, tais acontecimentos, o prêmio-castigo da sua incúria na prática de ações reformadoras, ou da má-vontade em se voltarem para os aspectos superiores da vida. A encarnados e desencarnados que lhes ofereçam, pois, afinidades, essas desagradáveis criaturas invisíveis frequentemente desgraçam, impelindo-as a desastrosas ações, até mesmo nos setores da decência dos costumes, cujas consequências, sempre lamentáveis, requererão, daqueles que se deixarem embair por suas artimanhas, longos períodos de sofrimento e reparações inapeláveis, muitas vezes, através de reencarnações amargurosas.
O leitor que, atento, perlustrar as páginas de algumas obras doutrinárias, mormente as psicografadas, há de observar citações sobre falanges inferiores do mundo invisível, que afligem e perturbam os recém-desencarnados desprevenidos, falanges cujos integrantes seriam vultos disformes, grotescos, extravagantes, e cujas configurações e ações pareceriam fruto de pesadelos àqueles que se não afinam com as blandícias da Espiritualidade. Provocam-nos, seduzem-nos, aterrorizam-nos, criando mil fantasmagorias que às pobres vítimas parecerão alucinações diabólicas, das mesmas se servindo, ainda, como joguetes para a realização de caprichos, maldades e até obscenidades. Comumente, queixam-se os suicidas de tais falanges, cujo assalto lhes agrava, no pélago de males para onde o suicídio os atirou, o seu já insuportável suplício. E nas sessões práticas, ou mediúnicas, da Doutrina Espírita, quando bem organizadas e dirigidas não é difícil ouvirem-se queixas idênticas da parte de Espíritos comunicantes muito inferirores, ou ainda de suicidas” (Devassando o Invisível. 3. Edição – Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2010. Pp. 108-110. Grifos do original)

E encerramos com estas sábias palavras do Espírito Camilo:
“O que o movimento espírita precisa, em seus labores, é de indivíduos que se sintonizem com a lógica do pensamento espírita, aprumada nas considerações clarificadoras do Espírito da Verdade, capaz de facear o avanço intelectual terrestre, sem temores, sem tibieza, estabelecendo a inbalável fé, que faz a alma crescer, iluminar-se, libertando-se do cruel pieguismo ou da exaltação neurótica ou, ainda, do anseio de domínio da opinião, quando uma luz mais alto se ergue, a do Cristo, que o Espiritismo alimenta com os óleos da sua celeste inspiração” (Correnteza de Luz/ [psicografado por] J. Raul Teixeira; pelo Espírito Camilo – 4. Niteroi, RJ: Fráter Livros Espíritas, 2011. Cap. 07, Contrasserviços. p. 63)



            (*) - Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando com amigos de Ideal no Grupo Espírita Semeadores da Paz.